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sábado, 18 de dezembro de 2010

Homenagem: Thais Vilardo

Eu disse que ia divulgar e taí Thais... Esse poema foi de uma aluna muito especial de uma turma que vai sempre morar no meu coração.

MAIS AÇÂO NA GLOBALIZAÇÂO

O mundo atual
È muito desigual
Não há a mínima democracia
Em meio a tanta hipocrisia.

A fome e a miséria
Estão em todo lugar
Só cabe a você
Querer enxergar.

Nazismo, Fascismo
Não é coisa do passado
Se você não acha isso,
É melhor ficar ligado.

A força do Estado-nação
Enfraquece cada dia mais.
Isso é uma característica
Dos neoliberais.

A mídia influencia
A sociedade atual
Não se submeta, cidadão
À lógica do capital.

A desigualdade esta aí,
Só basta lutar.
Para que a democracia
Consiga ganhar

Preste atenção espectador,
Ao seu redor.
Pois você pode fazer
Um mundo melhor

Uma sociedade igualitária
Podemos formar
Só cabe a nós
Querermos mudar!

Thais Vilardo Campos

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Do tempo das geladeiras brancas e telefones pretos ao escoar pelos dedos...



Eddie Vedder em Hard Sun. Por que escuto essa música quase todos os dias?????? Porque ela me faz lembrar o quanto as coisas que tem muito sentido se vão, escorrem no grande ralo do tempo... E, sincronicamente, vamos sendo engolidos pelo tal "caminhar da vida" e nos importando menos com o que é para se importar.
Importar... Ambiguamente pode ser comprar algo de fora assim como valorizar as relações que se têm.
Essa música é o tema principal da trilha sonora do filme: Into the wild, em português "Na natureza selvagem". Assisti esse filme ano passado e a cada vez que penso nele e na trajetória do garoto do filme, mergulho em mim. Esse ano dei um salto para dentro. Ganhei novos horizontes nas retinas do mesmo cotidiano. Acrescentei colorido ao painel opaco. Muitas coisas antes indissolúveis de mim mesma se desfizeram. E, assim como as geladeiras da vovó e os telefones de girar e discar pretos hoje rebuscam nossa capacidade de memória.
Melhor do que pretender ser forte é se sentir forte. E, se sentir forte é se convencer ainda mais do quanto nada é irreversível psicologicamente. 2010 foi um ano incrível. Rico, produtivo, hedonista, narcísico como os mitos gregos...Me encontrei um pouco mais em mim mesma. E é tão bom perceber que mudar é novo, transformador e belo. Novamente o belo dos gregos. Mudar é movimento, é ação, é caminhar pelas rotas da vida... Não houve até então ano que eu tenha me dedicado mais a me sentir comigo mesma que esse. E, sim, ele foi maravilhoso por conta disso.
Na Natureza Selvagem (Into The Wild, 2007) é inspirado no livro homônimo, escrito por Jon Krakauer, sobre a vida de Chris McCandless. Aos 22 anos, o jovem largou sua estável vida de bom aluno e classe média-alta para partir em busca de liberdade e aventura. Deixou para trás também a sua própria identidade, rebatizando-se Alexander Supertramp. Com um destino em sua mente, o longínquo e desabitado Alasca, ele foi cruzando o continente e as vidas de muitas pessoas que lhe davam carona, casa ou um emprego temporário. E dizem por aí que Sean Penn encontrou o livro na lixeira hein... Uma dica imperdível pra quem gosta de curtir crises existenciais e saltos para o infinito de si.
Não, esse post não era pra falar de sensações anuais de 2010. Queria falar de memórias alegres, daí o título.. mas o clima ja me contagiou e foi inevitável.. E, sim, pra justificar, uma memória bastante longínqua em tempo e de pessoas vem transbordando de meus pensamentos.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

4- 8 -15- 16- 23- 42

O que foi Lost??????? Acho que ainda não sou capaz de responder com muita tranquilidade e discernimento sobre seu impacto nas minhas reflexões de vida. De uma coisa eu sei, nao foi mais uma minisserie besteirol americana - e em relação a muitas, até mesmo divertida - que se ve de montão por ai... Lost é um paradigma de entretenimento pra se refletir sobre nossa existência e o papel que temos nesse nosso mundo. Minha lógica pessoal para quem dificilmente se sensibiliza com respostas prontamente fabricadas... mas aí vai mesmo depender do que se acredita...

“- Isso é ridículo!
- Pare de pensar no que é ridículo, e pense no que você acredita. É por isso que se chama um salto de fé.”
“- Todos nos convencemos mais cedo ou mais tarde, Jack.”
“- Ele está falando a verdade?
- Provavelmente não.”

Conheci Lost esse ano, um pouco tardio para um fenomeno que ja fez história na TV americana. Não me despertava atenção mesmo e eu não conseguia decifrar que espécie de hipnose era essa que essa série causava nas pessoas. Num universo de monstro da fumacinha preta, o misterioso Jacob, uma sequencia numérica que fazia as pessoas ganharem na loto ou passar mais de ano apertando um botão, ursos polares em ilhas tropicais, ilhas que mudam de posição, iniciativa Dharma e Namastê pra todo lado, um Richard que não envelhece, uma francesa com nome de filosofo que arma arapucas pras pessoas e passa anos sem comunicação, testes subliminares em cobaias humanas, bombas de hidrogenios que podem ou nao explodir, idas e vindas no tempo, submarinos escondidos e quedas de avião, gravidas que perdem seus filhos e pessoas de condições irreversiveis que voltam a andar, o que na verdade era aquele lugar, aquela ilha? Acho que a resposta é o que você sentir... As filmagens quase todas transcorreram em Oahu no Hawai. Lost foi criada por Jeffrey Lieber, J. J. Abrams e Damon Lindelof. A música foi produzida por Michael Giacchino. Seu primeiro capítulo foi ao ar em 22 de setembro de 2004. Ainda bem que  descobri em 2010 porque seria por demais angustiante ter que esperar uma semana INTEIRA por um novo capítulo..

Lock e Jack. Sem dúvidas os meus personagens favoritos. Não foi pela aparência, pelo estilo de pensamento de cada um ou por admirar o trabalho excepcional dos atores. Não foi isso que os tornou tão filosoficamente especiais pra mim. O que me cativou foi o embate que eles representaram: fé X ciência. Razão X sensibilidade. Eles me fizeram descosturar em pensamentos e na emoção o sentido do metafisico, do senso comum, da percepção, do materialismo, da noção de corpo, espirito, mente, vida... Claro que todos os outros personagens e o contexto de construção narrativo em torno daquele espaço que é a ilha, contribuiram intensamente. - e aqui outro destaque para Benjamin Linus. No entanto, quando se tratava de diálogos tão densamente internalizados como eram os de Jack e Locke, ficava dificil distinguir em minha espiral de análise do mundo, a ficção do real.
Ficaria escrevendo sobre Lost por horas ainda..... A cada mensagem que ficou mais inúmeras outra questões vem a tona que me dão vontade de escrever e compartilhar....
Não fiquei buscando respostas, sentido pro que via, nem tentando decifrar os mistérios da ilha....... Fui me envolvendo com cada sentimento que foi sendo despertado durante os capitulos e olha que foram sensações infinitas...
Havia horas que simplesmente viajava pra longitude em vastidão que aquela ilha me dizia estar e mergulhava no espaço sem fim daquelas paisagens... Ou me sentia embriagada de azul daquele mar... Alias, o que seria da grandiosidade e complexidade das personagens da série se não fosse esse pano de fundo?
Cada um sabe bem no que crer e em como fazer.. E acredito que é justamente essa alteridade que faz as pessoas se apaixonarem ou simplesmente odiarem Lost. So sei que mudei. E meu mundo de sensações em proporçõe elevadissimas..que aqui seguem, pós-Lost: 
- Ninguem nesse universo infinito de possibilidades se conhece por acaso. O acaso é meramente uma nomenclatura para uma oportunidade de vivenciar algo em relação com um outro alguém diferente de você e  que é importante, que é essencial para o que significa você. Ou  para o que você ainda vai significar.
- Toda a energia que emana de seu ser é reflexo de onde você está, de como você se conecta com o mundo, e o que absorve em seguida dele e de quem nele vive.
- Tudo nessa vida tem um propósito. Execute bem o seu. E acredite num bem maior.
Lost foi a maneira divertida de me encontrar com essas idéias. A metáfora mais agradável de se dedicar a refletir a complexidade do que é o mundo em todos os seus planos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O sentimento de ser professora

Sou professora. Mas sequer escolhi ser. Escolhi a carreira mas não a forma como atuar profissionalmente. Confuso? Também não imaginaria que minhas opções gerariam essas possiveis interpretações mas é exatamente disso que se trata.
Escolhi saber das coisas da vida social e do homem, fugir da alienação que é afrouxada principalmente pela busca de conhecimento através da educação. Acreditava na necessidade pessoal de investigar o lado crítico do mundo pra entender melhor dele. No entanto, nao creditava ou ao menos me preocupava com aquilo que completa essa relação com vigor: aprender das coisas para re-transmitir a outros. Com isso, nunca havia me preocupado muito. E, também não era capaz de ver o quanto a relação do conhecimento só existe nessa via recíproca, ubíqua, intrinsecamente costurada.
Comecei a lecionar quando ainda não tinha refletido sobre a prática do que era ser professora. Iniciei antes de me formar, numa experiência valiosa, mas pouco referenciada para a fase que vivia. Me joguei na prática sem questionar os laços teóricos, sem aprender antes a desejar ser o que eu vivamente me tornava.
Meu primeiro ano foi colorido com a novidade de trabalhar, de me testar, de ficar eufórica com o que eu já conseguia ser. Encontrei muito carinho e afeto e voei pra construir mais um de meus muitos eus. Um EU novo mas que ainda nao mensurava o quanto ele se tornaria tanto de mim e mais se enraizaria pelo meu verbo ser. Não calculei os percalços e vieram os tombos....
Comecei a terapia. Quanto mais me jogava no cotidiano daquilo que eu mais contribuia pra me tornar, que são as atividades que mais consomem do nosso tempo social, mais me sentia afundando. Angústias, contagens regressivas, cinzas, aversão, incertezas, ansiedade, queixas, crises existenciais. E mais terapia.
Lendo isso tudo acima, tenho vontade de dar grandes risadas, porque hoje me emocionei com uma singela homenagem de uma escola que dedicou uns instantes do seu espaço-tempo a me lembrar o quanto é importante ser professor. E, hoje, meramente recuperada das crises, mesmo que com tantas ambições futuras gigantes e diferentes do que hoje sou, me orgulho do meu EU professora. Ser professor pra mim ultrapassou barreiras tão profundas que tinha construido sobre mim mesma, que ainda  me surpreendo com as mudanças tão minhas que encontro. Não é uma profissão do prestígio remunerado, nem da vaidade reconhecida através do respeito alheio, nem do glamour das artes, nem do sossego do contato com a natureza. No entanto sempre foi e é essencial às pessoas. Ela transmite energia do bem e isso é sempre bom perpetuar.
E, hoje, já enxergo o que me mantém presa ao que sou: contribuir mesmo que incalculavelmente para modificar as perspectivas dos mais diversos seres humanos para se tornarem alguém melhor. Esse melhor pode ser através de uma gratificante profissão; da descoberta de um dom a se dedicar e brilhar.
Um melhor que faz de uma menina ser uma melhor mãe. De um irmão alguém mais generoso entre os familiares. De um ser humano orgulhoso aprender a pedir desculpas. De um namorado arrependido de errar enviar uma rosa a sua amada. Que alguém fique melhor ao olhar para o filho depois de uma conversa e perceber onde pode melhorar. De amar e respeitar pessoas importantes pelo que elas são e nao pelo que venham representar para o mundo. E, com isso, me tornar sempre um ser humano melhor também.
Hoje estou feliz porque vejo a contribuição que posso trazer de bem ao mundo ao ser professora.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Simultaneidades escalares

Enquanto isso...

Descascam uma banana em Santarém... Arrotam bem alto na Zâmbia. Comem jabuticaba em Ponta Grossa. Tiram meleca no Iêmen. Coçam o pé em Laos. Olham um guia turístico em Sumatra. Compram um pônei em Taiwan. Depilam a perna nas Ilhas Salomão. Estudam calculo em Xique-Xique. Mergulham na Samoa Ocidental. Lavam uma bacia em Molokai. Acertam um relógio no México. Tomam vodka em São Domingos. Rezam um terço na Jamaica. Arracam um pedaço de folha de espiral no Suriname. Dormem de boca aberta em Baltimore. Pulam para não pisar numa poça em Macau. Escolhem a aliança em Diamantina. Saem do avião em Dallas. Preenchem um bilhete de loteria em Turim. Desenham um croqui em Nova Dheli. Podam o jardim em Marselha. Pedem outra rodada em Madagascar. Choram de amor na Armênia. Dirigem um triciclo em Dijibuti. Vibram com um show em algum pub em São Paulo. Tomam cerveja quente em Bahrein. Desafrouxam a gravata em Budapeste. Aprendem a jogar poquer em Nagoya. Acendem o abajour em Marabá. Compram virtualmente em Luxemburgo. Pintam a unha no Paquistão. Gritam gol em Lyon. Pagam o taxi em Quebec. Comem churros em Joinville. Planejam um pacote de viagem em Barbados. Escutam o estalar do milho de pipoca em Cantão. Quebram um prato no Zaire. Tomam banho de chuva em Borneo. Raspam o pote de massa de bolo na Coreia do Sul. Fumam um cigarro no Liechtenstein. Pedem a Deus na Tanzânia. Entregam uma pizza em Bali.

domingo, 15 de agosto de 2010

A expedição Langsdorff

Neste fim de semana fui conferir a Mostra Expedição Langsdorff no Centro Cultural Banco do Brasil. E, a cada dia mais, descubro o quanto é legal fazer Geografia fisica na prática. Sim, tenho consciência da polêmica que essa afirmação por múltiplas questões pode causar. No entanto, é isso mesmo que sinto.
A expedição Langsdorff caracterizou um periodo marcante para o país. Independente de quais interesses ela vinha atender, retratar paisagisticamente as imagens daquele Brasil de outrora foi uma ideia esteticamente e cientificamente fantastica. E também perigosa e desbravadora...
uma expedição com artistas e cientistas liderados por Georg Heinrich von Langsdorff se aventurou por 17 mil km do território nacional. Quando o país ainda era praticamente uma gigantesca floresta. Entre aquarelas, mapas e quadros assinados principalmente por Johann Moritz Rugendas, Aimé-Adrien Taunay, Hercule Florence e pelo cartógrafo Nester Rubtsov, a minha grande surpresa é saber que muitas destas obras são inéditas para o país. Imperialismo intelectual? Descaso inconsciente à época de conhecimento do território? Falta de estima criteriosa a respeito da necessidade de se ver também nesse Brasil? Não sei... mas fiquei meio revoltada, no sentido ufanista mesmo e encucada ao me informar sobre esse fato.
Um texto de curiosidades sobre a expedição aqui contada me informou que o alemão Georg Heinrich von Langsdorff (1774- 1852) formou-se em Medicina e frequentava sociedades científicas europeias. Em 1802, integrou uma expedição de volta ao mundo, sob comando de Adam Johann von Krusenstern. Naturalizado russo, Langsdorff foi nomeado pelo czar Alexandre I, em 1813, cônsul-geral no Rio de Janeiro. Lá, ele começou a idealizar uma viagem científica pelo interior do Brasil.
O trajeto e algumas imagens:





Eu desejaria que toda essa expedição tivesse sido um bom trabalho de campo de cientistas, artistas, jornalistas, enfim, de brasileiros interessados no assunto e que esse fosse um grande passo para o entendimento da brasilidade de dentro pra dentro. E não do exterior com o olhar estrangeirado. Mas isso não apaga o valor construtivo que a expedição deixa marcada em nós. E, ainda mais, o quanto a grandiosidade desta natureza e da sua energia foi revelada. O próprio Langsdorff, por aqui chegou e ficou. Sem tentativa de comemoração diante da constatação vigente que era aventurar a saúde ao embarcar nesta experiência, com as mortes que  vieram. Nos últimos anos da expedição, Langsdorff foi acometido por uma doença desconhecida, que causava surtos passageiros, durante os quais ele perdia a noção de tempo e espaço.





Entrevista com Boris Komissarov, organizador da exposição

Há mais de 30 anos, o russo Boris Komissarov, de 70 anos, professor da Universidade de São Petersburgo, ocupa-se dos estudos do acervo da Expedição Langsdorff. Abaixo, ele fala sobre a figura a quem dedicou tantos anos de sua vida.

O início - "Langsdorff não planejava organizar uma expedição tão grande porque a situação no Brasil era muito difícil, por conta do movimento pela Independência. No início, ele se concentrou em estudos próximos à sua Fazenda Mandioca, no Rio"

A ajuda russa -"A Rússia investiu uma quantia alta na Expedição Langsdorff - 330 mil rublos. Na época, o orçamento de gastos do país inteiro, para um ano todo, era de 363 milhões de rublos."

A relação com pintores - "Na época, não existia fotografia e o papel do pintor era importante para o registro de tudo. Mas eles não eram pessoas ‘da ciência’, o que dificultava essa relação. Acho que Florence inventou a fotografia pensando na dificuldade que Langsdorff tinha com pintores típicos. (Risos.)"

È, pra mim, super recomendado. Me faz entender mais de ser geógrafa, da grandiosidade do Brasil enquanto espaço fisico e material vivo,  e lamentar um tanto não poder ter privilegiado-me de avistar essas belas paisagens por si mesmas. Deixar me abraçar por esse encantamento de verde, por essas visões privilegiadas de céu, pelo barulho mais verdadeiro de vida no mundo Brasil.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Porto Alegre

Existem muitas coisas legais que curto em Porto Alegre. Entre elas: povo educado no trânsito (sei que depende do referencial mas levando em consideraçao o meu...), sem engarrafamentos, comida barata, povo elegante em suas vestimentas de inverno, polenta frita, pôr do sol no Guaíba, o sotaque, taxistas bacanas, estar a duas horas da Serra Gaucha...
Uma semana em Porto Alegre, reencontro com amigos ocasionais queridos, novas amizades que vieram pra ficar e cultivar,um passo importante na meta acadêmica... Terceira vez em Porto Alegre com excelentes resultados. Assim, aqui deixo uma homenagem, apesar de ter convivido com os 3 graus no termometro...

Essa encontrei num coletivo por lá:


MODERNIDADES

web
msn
orkut
scrap
blogs
emails...
mesmo assim
solidão em mim

Eliane Alberche  

sábado, 24 de julho de 2010

Bruschetteria e Vintage Cupcakes

Tempinho frio pra mim combina com pensamento guloso. A novidade e o boom do verão foi o sorvete 0% de gordura de iogurte. 



E o inverno? Já elegi minhas novas tentações: Bruschettas e Cupcakes.


Esta saborosa iguaria italiana, saboreada em todo território italiano, nas mais diversas formas, tem sua origem na antigüidade entre os trabalhadores rurais, quando o pão era seu principal alimento e se constitui numa forma gostosa de se aproveitar o "pão velho", que sobra de um dia para outro.
Um artigo de um super gourmet me contou que o termo Bruschetta (pronuncia-se brusqueta) é originário das regiões do Lazio e de Abruzzo, derivada da palavra "bruscato" que significa tostado ou torrado, quer seja no forno ou na grelha. Há também outros nomes para bruschetta, como "Fetunta", na região da Toscana, aí derivado das palavras "fetta unta", isto é, fatia untada, no caso, com azeite de oliva.
A clássica bruschetta é feita com uma fatia de pão italiano rústico, de farinha escura e grossa, de casca dura, tostada na grelha, esfregada com alho, untada com abundante azeite e polvilhada com sal e eventualmente com pimenta-do-reino.
Descobri a Bruschetteria numa indicação de revista. O wikipedia me contou que Bruschetta é um aperitivo da Itália central que existe desde o século XV. Como eu só descobri agora??????  E, aí, a novidade gastronômica  é a lanchonete especializada em Bruschettas. Super recomendada! Já aprovei. O grande toque brasileiro é a diversidade dos sabores. Adorei a de gorgonzola com mel.
 

E de sobremesa? Cupcakes!!!!!!!!!
Tinha aversão aos bolinhos por achar demasiadamente americanizado... ( a minha velha arrogância né...rsrs) mas enfim, me rendi!!!!!! Aiiiiiiiiii é bom demais! Quiosques estão se espalhando pelo Rio e vem sendo dificil estar perto e resistir. Comi um maravilhoso: Macadâmia nut: bolo de baunilha com pedaços de chocolate branco e macadâmia coberto por uma ganache de chocolate branco. Bem, momento gulodice.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

"... um rio carregado de saudade vem correr na minha veia..."

Começos, meios e fins. Esse é o ciclo renovador da história das pessoas, do mundo, das coisas. Hoje nem vim tanto pra filosofar, vim mais pra falar que o movimento é eterno. Elementos invadem nossas vidas com a devida importância e de repente se esvaem. E, logo, outros entram pra recontinuar. E, já dizia, Moska, tudo novo de novo.

Um fim que lamentei: Cordel do Fogo Encantado.


O site oficial publicou três informes oficiais: de Lirinha (vocalista), de Antônio Gutierrez (produtor) e  Clayton Barros (violonista) com explicações sobre o fim da banda no inicio de julho.  O que era uma peça teatral na cidade de Arcoverde, interior de Pernambuco, ganhou o mundo-Brasil através de festivais e se transformou, a meu ver, no espetaculo musical de maior originalidade até então do nosso país. Com a mistura de poesia, espiritualidade, teatro, circo, cordel, repente, batuques africanos, nordestinidade, ali se apresentava uma brasilidade regional que poucos do mundo dito central do Sudeste brasileiro estavam acostumados a assistir, ter contato. Um das vertentes que mais me encantavam em relação a banda, era a capacidade energética que eles tinham de comover o seu público que entrava num verdadeiro transe durante o show. A convocação da platéia a sentir o sobrenatural pra evocar a esperança pra cuidar e repensar os problemas tão fisicos, tão da terra que calejam o povo sertanejo. Segundo palavras anteriores, do próprio Lirinha, O "encantado" ressaltaria a visão apocalíptica e profética dos mistérios entre o céu e a terra.

O grande hino: Chover. Segundo a lenda/mito que envolvia essa música da banda, todas as vezes que a música era tocada e Lirinha sentia o sobrenatural, realmente chovia. (durante, ou depois...) Aos descrentes e supersticiosos: todos os shows que fui realmente choveu...



Chover (ou Invocação Para Um Dia Líquido)
Cordel Do Fogo Encantado
Composição: Lirinha; Clayton Barros


"O sabiá no sertão
Quando canta me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Porque tem a obrigação
De só cantar quando chove*

Chover chover
Valei-me Ciço o que posso fazer
Chover chover
Um terço pesado pra chuva descer
Chover chover
Até Maria deixou de moer
Chover chover
Banzo Batista, bagaço e banguê


Chover chover
Cego Aderaldo peleja pra ver
Chover chover
Já que meu olho cansou de chover
Chover chover
Até Maria deixou de moer
Chover chover
Banzo Batista, bagaço e banguê


Meu povo não vá simbora
Pela Itapemirim
Pois mesmo perto do fim
Nosso sertão tem melhora
O céu tá calado agora
Mais vai dar cada trovão
De escapulir torrão
De paredão de tapera*
Bombo trovejou a chuva choveu
Choveu choveu
Lula Calixto virando Mateus
Choveu choveu
O bucho cheio de tudo que deu
Choveu choveu
suor e canseira depois que comeu
Choveu choveu
Zabumba zunindo no colo de Deus
Choveu choveu
Inácio e Romano meu verso e o teu
Choveu choveu
Água dos olhos que a seca bebeu
Quando chove no sertão
O sol deita e a água rola
O sapo vomita espuma
Onde um boi pisa se atola
E a fartura esconde o saco
Que a fome pedia esmola**

Seu boiadeiro por aqui choveu
Seu boiadeiro por aqui choveu
Choveu que amarrotou
Foi tanta água que meu boi nadou***

E, "Na veia", um outro hino da banda, me remete a saudade que vou sentir.

Na veia: "... um rio carregado de saudade vem correr na minha veia..." isso vai ficar....


quarta-feira, 7 de julho de 2010

A natureza do olhar


Fernando Pessoa




Tenho Tanto Sentimento


Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.


Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.


Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

Nunca fui muito despertada pela poesia. Muito mais pela preguiça de me debruçar a apreciá-la e menos por não ter paciência a valoriza-la. Poetas me transmitem a sensação de que conseguem organizar muito bem seus múltiplos ou únicos pensamentos, em linhas tão metricamentes calculadas e ainda carregadas de subjetividades. E meu cérebro é sempre um turbilhão de desconcentrados pensamentos. Ou seja, incompatibilidade. Assim, eu acreditava.
Alguns nomes sempre admirei: Neruda, Vinicius de Moraes, Camões, Joao Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector e Fernando Pessoa. No entanto, de poesia sempre tive um conhecimento raso.
Neste sábado assisti uma peça que mudou meu olhar e me fez apaixonar por poesia.Como se as cortinas de uma paisagem bucólica e límpida tivessem corrido bem no meio do meu céu.  Não sei ainda por quanto tempo, e nem em que grau de envolvimento vai se sustentar esse novo espetáculo de luz que adentrou meu mundo, mas a emoção da paixão foi arrebatadora.
"A natureza do olhar" é uma peça com texto de Fernando Pessoa com atuação de Elisa Lucinda e Geovana Pires. Elisa e Geovana encarnam os personagens Alberto Caeiro e Álvaro de Campos --heterônimos de Fernando Pessoa. Baseado no texto de Álvaro de Campos, "Notas para a Recordação de meu Mestre Caeiro", elas me invadiram e dominaram todos os meus sentidos e idéias com a mesmissima intensidade. Seria possivel perder o fôlego por enxergar uma tempestade de estrelas caindo na sua direção? Vindas do infinito, para um universo que também mora dentro de mim. Foi assim, foi fantástico.
Primeiro elas nos receberam antes de começar a peça na entrada do teatro. Aquele clima de glamour que geralmente envolvem as atmosferas dos artistas, foi quebrado. Entendi e gostei, disso: "olhem, estamos aqui porque amamos a arte. E gostariamos de partilhar com vocês exatamente isso, do fundo da alma". Encerrou-se a distância, humanizou-se quem costuma ser tratado com diferença. Que podem se traduzir em (in)diferenças...
Depois elas explicam o que são heterônimos. A mim, explicação bastante elucidativa e que me fez ver a peça por outro ângulo do que eu teria se não fosse essa preocupação das atrizes. Mais um ponto!!!!!!
Os heterônimos, de forma breve, sao personagens com biografia e tudo, almas próprias criados por um determinado poeta para assinar a sua obra sendo ele, o poeta, mas também sendo um outro alguém.( que também é ele mesmo).  Marca registrada de Fernando Pessoa.
E depois, o texto deste incrivel poeta que é Fernando Pessoa. Um homem (me fez lembrar a historia de Kant) que nasceu na Africa do Sul e partiu para Lisboa de onde jamais saiu. A mim, um pequeno gênio notável pra traduzir tão bem e sutilmente a linha tênue entre pensamentos e sentimentos.
Com uma atuação estupenda de ambas as atrizes, com uma interação incrível entre elas em cena, a peça fala por si só. Tocou de verdade meu coração. Meu lado Caeiro apareceu ao se identificar em Álvaro de Campos, bem mais presente sempre. Todos somos um.


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Comer, Rezar, Amar: um novo mundo depois desse encontro (Post para Dé)


Este é um assunto que já tinha certeza que estaria aqui mesmo antes de ler este livro. Indicação? Expectativa? Promessa? Não, uma simples intuição feminina. Como todo o teor que essa definição de gênero pode carregar...

Me entreguei a essas páginas com tamanho envolvimento como nunca tinha me encontrado com nenhum outro livro. Ou nada que minha memória alcance por agora. Sim, foi um grande encontro.
Sempre fui uma devoradora voraz de livros que se aprofundassem com o meu momento de leitura, ou que eu identificasse traços de meu mundo ou daquilo que gostei de ter aprendido. Os livros sempre foram uma fonte de assimilação de sopros da vida que sempre recorri. Gosto de ler coisas que me esclarecem mais do que sou, ou melhor, estou. Das características mais superficiais às mais enraizadas. Com "Comer, rezar, amar" tudo foi diferente. Pela primeira vez quis digerir todas as linhas bem devagar. E, sim, "digerir" aqui muito menos metafórico do que possa ser.
Preciso fazer um adendo sobre o significado disso também. Sempre estive (e a partir de agora não mais "FUI" como costumava me entitular) com muitos traços de intolerância e preconceito com best-sellers do momento. Um misto de arrogância acadêmica com falta de paciência com os classificados como auto-ajuda. Achava uma literatura rasa e justificadora de "incentivo de leitura de facil acesso a quem não gosta de ler". Ou, simplesmente criticava quem enxerga livros como bulas de remédios para soluções que devem ser encontradas em você mesmo. Mas esse é o meu ponto de vista, a receita que não serve pra mim, mas as pessoas são diferentes. E viva a alteridade.
"Comer, Rezar, Amar" é o relato da autora Elizabeth Gilbert sobre o ano que passou viajando ao redor do mundo em busca de sua recuperação pessoal. O livro ganhará uma versão para o cinema, com Julia Roberts no papel principal. Resenha clichê num primeiro olhar. E, de fato é, e não encontrei desde então nada mais além e adequado que este livro para eu reavaliar os meus horizontes e julgamentos. Porque não houve nada mais coerente do que eu precisava ler e sentir por esses tempos.
Você não vai encontrar nessas páginas um Dostoiévisk, um Nietzsche, um Saramago, um Guimarães Rosa... Nem Revista Boa Forma ou incentivadores declarados de como "Quem mexeu no meu queijo"... Na verdade, não sei o que você vai encontrar.. Eu encontrei uma mulher que fala de uma experiência de mulher, para outras mulheres. Para mim, subjetivamente a narrativa de maior encaixe e que me fez refletir demasiadamente e como ninguém sobre o que significa pertencer a esse gênero nesse mundo contemporâneo.
A mensagem que ficou pra mim: descubra em você mesmo o que é ser alguém com experiências humanas e espirituais para saber melhor de si e do universo que você está vivendo. As respostas estão sempre aqui dentro. Na alma.


PS: Para Dé, o porque ela sabe. Especialmente para ela mergulhar ainda mais nesse seu universo particular. Espero que saiba ainda mais depois da leitura. Positividade amiga! Você me fez ter coragem de escrever sobre o livro o mais rapido possivel!

terça-feira, 1 de junho de 2010

No apagar das velas: meu mundo num outro ângulo

Agora, no apagar das velas vejo meu mundo de um outro ângulo.
Ou, um outro ângulo que nasceu de um outro olhar me fez ver um outro do meu mesmo mundo.
A paisagem que miro hoje na minha auto-janela é serena. As cores - do espectro ao cinza- não podiam estar mais belas. Um belo que remonta aos gregos, em que o sintoma de felicidade está mais cunhado no equilibrio da virtude (ou melhor, na busca) do que em padrões fisionômicos.
Hoje estive observando um vasinho pequenino de cactos que ganhei no casamento dos meus queridos que fui madrinha. Ele viajou pra chegar até aqui, e chegou murchinho, murchinho. Foi deixado num canto da cozinha, sozinho, se conhecendo, conhecendo também o seu novo espaço, o seu novo lugar. E, hoje, lancei outro olhar breve a ele e que grata surpresa... Ele resistiu, foi esquecido mas absorveu todas as novas energias possiveis, se conheceu mais com seu novo mundo e me sorriu. Ele está florido e tá crescendo consideravelmente. Sorri de volta.
Muitas vezes associei aniversário a inferno astral. Todos os ritos me cansavam. Hoje, vejo quantas tolices acumulei em versões passadas. E quanto aprendizado também!
Hoje é dia de agradecer. Não só por hoje mas por tudo que vem se configurando nessas mais recentes páginas da minha caminhada.
Agradeço hoje, e sempre a amizade. A cada dia ela se torna ainda mais significativa. Meus amigos celebro como o ar que respiro. E, independente da forma ou fôrma, eles plantam lindas sementes em meu jardim e são como bolhas de sabão que borbulham de maneira simples, sem a necessidade de grandes ingredientes mas com infinitos formatos.
Agradeço toda a dor que me arrebatou. E como agradeço! Ela me fez ver o quanto o seu relacionamento com o universo é todo o diferencial. O quanto é importante olhar sempre mais para si.
Agradeço estar mais sintonizada com sentimentos como sensibilidade, dedicação ao que já tenho, amor-próprio, positividade e serenidade. Por conta disso, meu horizonte hoje vê Monet onde antes só conseguia enxergar Sebastião Salgado.
Agradeço estar me afastando gradativamente da ansiedade, do pessimismo, da pressa, da intolerância... Não serei arrogante de afirmar que já me curei. Mas estou menos sisuda quanto a isso.
Agradeço ter dias mais leves, de ter deixado pra trás meu cronometro de contagem regressiva.
Agradeço o sentimento de família. Agradeço a harmonia do lar.
Agradeço ter dado o pontapé para a minha busca espiritual. Ainda não sei onde ela vai dar, mas ela já acordou, foi despertada.
Agradeço por Elizabeth Gilbert ter escrito Comer, Rezar, Amar. Ainda não sei a magnitude de suas páginas em minha vida mas sinto o quanto elas já fazem toda a diferença.
Agradeço tudo de novo que sempre surge na minha vida cultural e fica. Porque traduzem sempre muito do momento que estou.
Agradeço ter consciência que só serei capaz de viver plena com o exterior a partir do equilibrio no meu interior.
Agradeço a todas as pessoas que me doam alguma orientação, mesmo quando não se dão  conta disso, para qualquer aprendizado que adquiro, ou qualquer incentivo à busca de um deles. Com muito amor.
Agradeço o presente, a saúde, o que gosto de ser e sei que sou, onde gosto de estar e sei que posso sempre ir, os papéis que ocupo no cotidiano e que contribuem para construir espacialidades com energia positiva.
Hoje, em especial agradeço:
Video Beatlemaniaco como presente de aniversário.
Abraços inesperados de visitas fora do turno.
A lágrima derramada concomitante com um sorriso por um parabéns coletivo via telefone.
Todos os caracteres digitados e carinhosos.
Um ursinho novo para meu quarto, uma caixa de ferrero rocher tão sincera.
Uma ligação muito esperada ao som de Teatro Mágico que me deixou sem palavras.
Uma ligação telefônica simples mas que representa uma ligação forte desde os 6 anos de idade.
Saber que uma amiga a quilômetros de distância dedicou os primeiros momentos de seu dia a me ligar.
Agradeço todo o amor que recebi e que me conecta com a energia que quero conservar. 
Agradeço poder estar ouvindo/sendo mais de Deus. Agradeço essa paz interior que carrego comigo. Agora falo por hoje, mas espero que alcance o máximo que eu possa permanecer em jubilo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

sábado, 8 de maio de 2010

A espinha que nunca seca

Olho para o espelho. Lá está, reluzente - mais para mim que para o mundo, confesso - a espinha que nunca seca. Ou não vem secando.
Ultimamente, uma nova urge a cada breve período. E, por que os 20, 21, 22, 23... já foram e ela não seca?
Falta de anticoncepcional? Talvez. Puberdade? não mais... Agora... e na alma? Por onde andarás em idade? Dermatologista, já fui... Retardo etapas, vivo mais e mais certos sonhos... ou quem sabe mascaro o fato de que não quero certos prazos e convenções. Protocolar fases da vida com o relógio biológico não é inerente ao que sinto. Sinto-me engatinhando e de bengala ubiquamente... Creio e desacredito com a maior das verdades. 
Venho sorrindo mais. Amplio a socialização mas restrinjo ainda mais a escolha da profundidade. Gostaria de não ficar preenchendo relatórios pré-sociais, mas os faço. 
A busca incessante pela intelectualidade pode atrasar a maturidade emocional? Viajo por falta de treino e de concentração ou por escolher viver em ritmo de pelicula? Pensar demais, em meu caso, acaba como problema. No entanto, disso, não me desprendo.  
Qual seria o verbo definidor deste agora? Experimentar, consolidar, auto-exigência... já se foram. Acho que o verbo hoje é conhecer (a si e ao mundo). E quanto mais se sabe, ou se busca, mais se cala.

A viciada em listas da vez: Gi

Amiga vc conseguiu reproduzir uma lista replica do que sinto e penso. Nada a acrescentar só divulgar.. Amo vc.



Pois bem, adepta à lista resolvi fazer mais uma.



Certa vez, li uma frase de uma atriz na qual dizia que a melhor lição que seu pai deixou foram os livros que ela leu, os filmes que ela assistiu e as viagens que ela realizou, pois isso ninguém iria tirar dela.


Eu eu não só concordo como já repito essa frase para Giulinha e meus alunos.


E foi depois de assistir ao filme de Tim Burton "Alice no país das maravilhas" que cheguei a conclusão das minhas 5 personagens preferidas...


Todas as personagens me marcaram profundamente, hoje eu tenho um pouquinho de cada personagem. Se cada vez mais abro meus horizontes, cresço culturamente e como pessoa devo ao aprendizado dos livros, filmes e viagens.


1- Pollyanna


Foi com ela que aprendi a reavaliar tudo que acontece comigo. E como diz Pollyanna: "Muitas vezes me acontece de brincar o jogo do contente sem pensar, a gente fica tão acostumada que brinca sem saber. Em tudo há sempre alguma coisa capaz de deixar a gente alegre; a questão é descobri-la."






2- Pequeno príncipe


Foi com ele que aprendi que as "pessoas grandes" se preocupam com coisas inúteis e não dão o devido valor as coisas. Ele me mostrou uma profunda mudança nos meus valores. Fez eu ter um olhar diferente sobre as pessoas que me rodeiam. Com diz a raposa "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos".






3- Amélie Poulain


Amelie me mostrou que fazer o bem ajudando a todos nos faz sentir uma sensação de leveza, olhamos o mundo mais colorido. Com ela, veio a mania de listar os prazeres "amélie poulain".






4- Alvo Dumbledore


Dotado de uma intelectualidade superior das pessoas normais me sensibilizou com seu jeito humilde de passar seus ensinamentos.






5- Alice


Alice me mostrou que sempre devemos buscar realizar nossos sonhos, por mais que pareça impossível para todos que nos rodeiam. Que devemos fugir dos padrões, aventurarmos nos nossos ideais e torná-los realidade.






Beijosssss e amo vc!!!

domingo, 2 de maio de 2010

A lista de Rafa: sua clepto(mania) !!!!!!!!! - vulgo Conde Terranova

Essa lista, confesso, era uma das minhas mais aguardadas mesmo já conhecendo o conteúdo dela. Ela é um traço muito peculiar de um amigo mais peculiar ainda! E só quem conhece entende o que digo... rsrsrs
Ai segue:


"Naty....finalmente segue minha lista, feita com o intuito de utilizar pouco o cerebelo!!

Coisas mais interessantes de serem adquiridas à revelia do proprietário!


1º Copos de bar (não importando o local, variando desde um Pub, Restaurante italiano, alemão, chegando até o bom e velho buteco...”El Bodegon”)


2º Cones de trânsito e placas de rua...acho que por serem utilizadas no controle e sinalização das ruas, o prazer sempre é maior


3º Cardápios dos mais variados locais....e ainda pode ser usado para presentear um amigo ( valendo tb para a opção 1)


4º Utensílios do tipo “Souvenir”. É quase um orgasmo conseguir abocanhar aquele chaveiro, colar de miçangas (que provavelmente vc o jogará na gaveta) pois não servirá para nada , sendo que isto logicamente não tirará o sabor da vitória!!!


5º Roubo em supermercado....o medo de ser pego..as câmeras girando.....mto interessante!


Sonho de consumo: Cone da Ponte Presidente Costa e Silva.


LEMBRANDO QUE É O PRAZER DA DIFICULDADE QUE FORNECE O SABOR DA VIDA!"

Meus PS(S):

PS1: A AJA agradece essa mania... se fossemos contabilizar ou denunciar a influência...
PS2: o inesquecivel: cone de Cuiabá segregando todo um trabalho de campo no ônibus da UFF.
ps3: adoraria ter um da Colombo... rsrsrs
ps4: esse me faz lembrar o hotel de sal em Uyuni. O olho de Rafa brilhava e até me influenciou...
ps5: aí está a pista de onde tudo começou!

ps6: Com direito até a proverbio!!!!!!!!!


A lista de Gi: helados

Pra quem me conhece ela dispensa apresentações. Me ensina em profundidade e dedicação o que significa amizade. Nossas afinidades culturais, sensoriais, aventureiras, não se multiplicam a cada dia, simplesmente explodem numa velocidade cósmica. Assim, claro que se essa fosse a minha lista também teriam alguns desses elementos que se seguem...
A partir de agora, Gi:

"Amiga,


Depois de um feriado agradabilíssimo, resolvi escrever para vc colocar no seu blog os meus "mejores helados". Já que foi pauta de uma de nossas prazerosas conversas ao lado de Nana e também é um dos nossos passeios preferidos... ir a uma boa sorveteria.


Realmente eu fiquei em dúvida se o primeiro da lista seria o freddo ou o mil frutas, então decidi escolher pelo sabor e não a marca.






Não há (até agora) melhor sorvete de doce de leite que o da sorveteria freddo, então dou o meu primeiro para "dulce de leche clásico" freddo (Argentina).


Segundo vai para o cartola do mil frutas (Rio de Janeiro).


Terceiro vai para o belgian chocolate Häagen-Dazs. (A origem é americana).


Quarto dou para banana caramelada da Friberg (João Pessoa).


Quinto dou para o chocobrownie da Gelateria 4D. (A origem é Italiana)."

Meus PS(s):


ps1: Freddo também é o meu número 1. indiscutivelmente. pena que só tem na terra dos Hermanos...
ps2: também fico nessa mesma dúvida.. Mil Frutas ou Freddo. mas sigo concordo com a sua classificaçao.. mas o meu preferido de Mil Frutas é doce de leite com queijo.
ps3: meu terceiro é o capelinha de amendoim das praias de Salvador.
ps4: estive em Joao Pessoa e nao experimentei esse, como assim! Saudades de lá.
ps5: Acho que fico com o Romeu e Julieta do Italia.. dificil, hein..rsrsrs


PS: nossas combinaçoes!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Direitos estabelecidos X Direitos conquistados: uma questão de lugar no mundo do gênero



Essa não é uma tentativa de "psicologizar" o padrão de comportamento dos gêneros.. Nem um estudo antropológico sobre a questão... é só um palpite mesmo...

Desde que o mundo é permeado por relações sociais as questões do gênero geram polêmicas, debates, discussões e poucas conclusões conciliadoras. No entanto é fato que alguns padrões comportamentais vivem se repetindo por aí... Aqui não estou julgando o teor deles, só constatando essas repetições.

Muitos associam essas repetições a disparidade na distribuição dos hormônios. Será? Como análises patológicas não são da minha alçada, prefiro me reter à observação sociológica, um tanto quanto sendo durkeimiana. (não por chegar a respostas com base em suas construções de conhecimento mas se afinando em enxergar o ser humano como gênero social e repetitivo de padrões sociais coletivos). 

Assim palpito: os homens funcionam "neuronicamente e cardiacamente" bem diferente das mulheres. Por que? Minha postura é de colocar o homem como diferente nesse perfil de comparação porque sou mulher claro... Enfim, que movimento é esse? Por que são horário e anti-horário? Por que somos naturalmente mais corajosas? 
Tenho uma desconfiança que acredito com profundidade. O nosso tempo histórico é muito mais marcado por necessidade de conquistas. Nós mulheres nascemos em uma sociedade que precisamos buscar o tempo todo nosso espaço, nossos direitos, esses que nos tornam compatíveis com o gênero masculino sem nos fazer perder nossas peculiaridades femininas, Eles foram todos conquistados. A posteriori. 
Agora pensando na realidade masculina. O homem não precisou batalhar o seu lugar ao sol no que se trata dos direitos enquanto ser social. Ele já nasce como eles estabelecidos a priori. Aí está toda a questão em minha opinião. Por mais que não tenhamos presenciado em nosso tempo muito dessa mudanças positivas que conquistamos, elas estão enraizadas em nossa cultura, na nossa forma de ser criada e até doutrinada em família, no ambiente escolar... Infelizmente, muitas vezes pela propria visão conturbada de outras mulheres. 
Nossa passagem do gênero único que nascemos "ser criança" para o gênero diferenciado "ser mulher" nem sempre é de posicionamento suave, de características idílicas. Ela vem do conflito, no entanto vem permeada por essa historicidade que fica latente dessa nossa necessidade de conquistas ao longo do tempo. Nem sempre isso é claro, mas é um valor adquirido mesmo sem grande conscientização. Acredito que isso que nos faz ter bastante coragem pra encarar tantas facetas, tantas atribulações com maior entrega, com menos medo.
O homem acaba buscando fugas para adiar se deparar com determinadas realidades. È o que acredito. E por que? Não nasceram precisando de conquistar o seu espaço. Somos fruto de uma sociedade patriarcal, de pensamentos machistas que aindam constroem nossos valores. E aí? O que fica pra ter necessidade de ser enfrentado? Só o que ele escolhe. E nem sempre ele se vê pressionado a escolher.

Sim!!!!!!!!! Há casos e casos. Exceções e exceções. mas no fundo esse não é o mecanismo do mundo? Generalizando sim, mas deixando de vivenciar, não.

E, finalizo essas breves reflexões com uma frase de Beauvoir, que é inspiradora:
"...A mulher não nasce mulher, ela se faz mulher..."

É isso. O que acredito.

As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de reflectirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural.

Virginia Woolf

Nunca as mulheres são tão fortes do que quando se armam com as suas fraquezas.

George Sand

Só é digno da liberdade, como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la.
Johann Goethe

domingo, 11 de abril de 2010

Como sinto Deus

Como sinto Deus: nem dogma nem realidade pro mundo.
 Hoje, nao porque eu quero ou nego, mas porque me "honestizo".
Deus, aos olhos de meu interior é a resposta pra tudo que a ciência nao decodifica, 
para todas as não-respostas, para o impossivel saber, para o inacessível conhecer. 
 Por vezes como uma força orientando o meu caminho,  
não sentimento como conforto, nao é um sentimento emotivo como eu gostaria que fosse.
É praticidade, de idéias, de tentar acordar para o que é real,
 tirar a venda dos olhos para o mundo metafisico.
Deus esclarece pra mim esse mundo das ideias, do sublime, do surrealismo,
Daquilo que nao consigo controlar, daquilo que sinto mas nao consigo descrever materialmente,
Do que é real mas nao é concreto, do que move a vida, a natureza.
Sem dizer que isso move dentro de mim com emoçao de plenitude, me completando.
Gostaria que se aproximasse mais de minha alma. Deus desperta minha curiosidade.

Amizade da terra das Araucárias

O valor da amizade e as voltas da vida quando se reencontram são capazes de tantas surpresas agradáveis...

Obrigada por esse carinho e amizade real, Marcos.

Querida amiga!

Naquele dia, depois de tantas palavras ditas em tão pouco tempo - o que era previsto para um reencontro após tanto tempo sem palavra alguma (rs) - fiquei pensando sobre uma das coisas que falaste bastante: o que significa a tua amizade? É claro que naquele contexto vc se referia a situação que estava/está vivendo, mas pensei bastante sobre o que significa tua amizade 'pra mim', e queria dizer agora, já que faltou tempo antes:

1 - Significa a melhor referência pessoal que eu poderia ter no Rio de Janeiro;

2 - Significa compartilhar dos mais variados assuntos, inclusive minhas grandes paixões: Geografia, esposa, filhas, etc;

3 - Significa boas lembranças e, acima de tudo, a certeza de que sempre que nos encontrarmos, teremos muito o que compartilhar;

Resumindo esses três itens, tua amizade pra mim significa boa companhia, de companis, de compartilhar o pão, tanto o comestível quanto o pão vivido!

Muito obrigado pela tua amizade! :D

Beijo grande, e se alagar mais por aí, sabe onde encontrar um canto seco por aqui. rs
Marcos

Meus PS(S):

ps1: Tua amizade também significa a melhor referência do que é Curitiba com a melhor receita de como ser anfitrião.
ps2: Tua amizade confirma que a vida sempre nos dá uma outra oportunidade de resolver pro bem aquilo que é importante ser resolvido. Basta nos movimentarmos, e fico feliz de ter compartilhado esse movimento com você e pela sua amizade.
ps3: Que nossos inúmeros assuntos em comum sejam transformados em inúmeras oportunidades de multiplicarmos esses momentos.
ps4: Tua amizade significa pra mim sintonia. Sintonizamos frequências para somarmos vivências. Sem grandes programações, somos parte de um canal bem alternativo de ondas de rádio...rsrsrs.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Chico, chuva, Xavier...

Entre os acontecimentos recentes, dois estão aqui consumindo as palpitações do meu coração... as chuvas do Rio de Janeiro - minha cidade tão amada - e o filme de Chico Xavier. Qual é a conexão entre os dois além de terem adentrado minha vida hoje? Ainda não concatenei bem as idéias mas o fato é que em minha alma se encontraram...

Venho declarando cada vez com maior intensidade o meu amor pela minha cidade. Amo o Rio de Janeiro, amo o encontro da serra com o mar, amo a descontração dos cariocas, amo ser carioca, amo o samba e o futebol no Maracanã porque são irresistivelmente charmosos, amo a permissão das havaianas para qualquer ocasião, amo a dupla mate de galão com biscoito globo na praia, amo a Lapa butecão e sofisticada, amo os nossos inúmeros cartões-postais. Até o mau-humor com os dias nublados é perfeitamente acolhido. Hoje, ao sair de casa pela primeira vez depois de todo esse caos meteorológico fui arrebatada por uma tristeza em grau crescente de enormidade. Sem hipérboles, sem demagogia, sem supervalorização dos fatos, sem ufanismo.. É triste sentir nosso espaço, nosso lugar, assim sem rumo, silencioso mesmo no ruído. Cada buraco cedido do asfalto, cada galho arrastado no chão, cada lugar empoçado, cada encosta desnuda, cada fio desencapado ou dependurado pro chão... Parece que está tudo fora da órbita ainda, que as pessoas ainda se encontram sem compreender a magnitude de tudo, do caos instaurado, da força da natureza aliada à estupidez da razão humana. Ou seria melhor dizer da desrazão... Chorei, senti minha energia engolida. Porque de fato, aquilo que os olhos enxergam e ao mesmo tempo sentem ( que é bem diferente do que simplesmente mirar, olhar) é de fazer explodir qualquer energia puramente construída pelo virtual, pelo midiático, pelos canais de informação. Sentir o impacto direto sem nenhum atravessador, ou canal de conexão, ou seja, coexistir nesse espaço e nesse tempo com a cidade que de certa forma é uma célula viva, e inteiriça por si só, é completamente diferente. É mais lúdico, mais real e imensamente mais depurador de emoções. 
Segundo as estatisticas jornalísticas, nunca houve magnitude tamanho de resultado em outros eventos pluviais como esse. Vivenciar isso é repensar em tanta coisa... Meu lado pollyana tb aflorou confesso, e também agradeço por ele vir à tona. Ver a solidariedade, a comoção, a cooperação, a força pra ajudar ao outro, se sensibilizar com o drama alheio e se movimentar é bonito de se ver, é terno, fraternal. E daí, vem a minha conexão com Chico Xavier...

Chico Xavier - com todas as minhas críticas sempre realizadas a qualquer projeto Globo filmes - é um filme que só por relatar uma história de vida de tanta doação e desprendimento do "eu", ontologicamente falando, vale a pena ser visto. Não é enxergar o heroísmo da pessoa, mas o altruísmo do carater. E, pensei, nossa, como faltam no mundo tantos Chicos como esse... não pela sua capacidade mediúnica - assunto que simpatizo mas que não tenho nenhuma aptidão nem domínio para descorrer sobre - mas pela dedicação que ele enquanto um ser humano falível que todos somos, doou ao outro, ao próximo, ao longe, ao mundo, à sociedade. 

Acredito na Revolução do Indivíduo. De fato. Acredito que no momento em que todos os seres vivos encontrarem o seu caminho insubstituivelmente único e instransferível dentro desse macrocosmo, que é a vida, que é o universo em evolução, (pq isso aprendi com uma amiga: o Universo caminha para a evolução do macrocosmos, através de todos os microcosmos, mesmo quando numa mirada breve parece involução) e aceitarem-no, tudo que é chamado de ruim, que representa imbróglio, se dissolverá. 
Quando vejo esta solidariedade - por conta desta questão das chuvas - ocorrendo tão despreendida, acredito ainda mais nisso que me move. E, me concentro em pensar no quanto de pessoas como Chico Xavier estão enraizadas por aí, por caminhos pedregosos, que só estão precisando ser despertadas. Não somente através de doutrinas espíritas, ou do que escolhi  acreditar como um axioma que é a Revolução do Individuo. Em todas as escalas, em todas as esferas, em todas as crenças, em todos os tipos de fé, em todo o bem.   
Espero poder contribuir pra vibrar ainda mais essas energias que se afinam para o amor ao praticar o bem. Desejo isso de fato. E tenho ainda mais esperança e fé quando vejo esse movimento que nasce do individual (de cada pessoa) mas se reflete coletivamente e com intensidade, soprando esperança e vida pra quem está agora, tão distante do que torna a nossa existência colorida.





http://tweetmic.com/p/rgne0dbz27x Uma critica do filme em audio de Pablo Vilaça.