O que foi Lost??????? Acho que ainda não sou capaz de responder com muita tranquilidade e discernimento sobre seu impacto nas minhas reflexões de vida. De uma coisa eu sei, nao foi mais uma minisserie besteirol americana - e em relação a muitas, até mesmo divertida - que se ve de montão por ai... Lost é um paradigma de entretenimento pra se refletir sobre nossa existência e o papel que temos nesse nosso mundo. Minha lógica pessoal para quem dificilmente se sensibiliza com respostas prontamente fabricadas... mas aí vai mesmo depender do que se acredita...
“- Isso é ridículo!
- Pare de pensar no que é ridículo, e pense no que você acredita. É por isso que se chama um salto de fé.”
“- Todos nos convencemos mais cedo ou mais tarde, Jack.” - Pare de pensar no que é ridículo, e pense no que você acredita. É por isso que se chama um salto de fé.”
“- Ele está falando a verdade?
- Provavelmente não.”
- Provavelmente não.”
Conheci Lost esse ano, um pouco tardio para um fenomeno que ja fez história na TV americana. Não me despertava atenção mesmo e eu não conseguia decifrar que espécie de hipnose era essa que essa série causava nas pessoas. Num universo de monstro da fumacinha preta, o misterioso Jacob, uma sequencia numérica que fazia as pessoas ganharem na loto ou passar mais de ano apertando um botão, ursos polares em ilhas tropicais, ilhas que mudam de posição, iniciativa Dharma e Namastê pra todo lado, um Richard que não envelhece, uma francesa com nome de filosofo que arma arapucas pras pessoas e passa anos sem comunicação, testes subliminares em cobaias humanas, bombas de hidrogenios que podem ou nao explodir, idas e vindas no tempo, submarinos escondidos e quedas de avião, gravidas que perdem seus filhos e pessoas de condições irreversiveis que voltam a andar, o que na verdade era aquele lugar, aquela ilha? Acho que a resposta é o que você sentir... As filmagens quase todas transcorreram em Oahu no Hawai. Lost foi criada por Jeffrey Lieber, J. J. Abrams e Damon Lindelof. A música foi produzida por Michael Giacchino. Seu primeiro capítulo foi ao ar em 22 de setembro de 2004. Ainda bem que descobri em 2010 porque seria por demais angustiante ter que esperar uma semana INTEIRA por um novo capítulo..
Lock e Jack. Sem dúvidas os meus personagens favoritos. Não foi pela aparência, pelo estilo de pensamento de cada um ou por admirar o trabalho excepcional dos atores. Não foi isso que os tornou tão filosoficamente especiais pra mim. O que me cativou foi o embate que eles representaram: fé X ciência. Razão X sensibilidade. Eles me fizeram descosturar em pensamentos e na emoção o sentido do metafisico, do senso comum, da percepção, do materialismo, da noção de corpo, espirito, mente, vida... Claro que todos os outros personagens e o contexto de construção narrativo em torno daquele espaço que é a ilha, contribuiram intensamente. - e aqui outro destaque para Benjamin Linus. No entanto, quando se tratava de diálogos tão densamente internalizados como eram os de Jack e Locke, ficava dificil distinguir em minha espiral de análise do mundo, a ficção do real.
Ficaria escrevendo sobre Lost por horas ainda..... A cada mensagem que ficou mais inúmeras outra questões vem a tona que me dão vontade de escrever e compartilhar....
Não fiquei buscando respostas, sentido pro que via, nem tentando decifrar os mistérios da ilha....... Fui me envolvendo com cada sentimento que foi sendo despertado durante os capitulos e olha que foram sensações infinitas...
Havia horas que simplesmente viajava pra longitude em vastidão que aquela ilha me dizia estar e mergulhava no espaço sem fim daquelas paisagens... Ou me sentia embriagada de azul daquele mar... Alias, o que seria da grandiosidade e complexidade das personagens da série se não fosse esse pano de fundo?
Cada um sabe bem no que crer e em como fazer.. E acredito que é justamente essa alteridade que faz as pessoas se apaixonarem ou simplesmente odiarem Lost. So sei que mudei. E meu mundo de sensações em proporçõe elevadissimas..que aqui seguem, pós-Lost:
- Ninguem nesse universo infinito de possibilidades se conhece por acaso. O acaso é meramente uma nomenclatura para uma oportunidade de vivenciar algo em relação com um outro alguém diferente de você e que é importante, que é essencial para o que significa você. Ou para o que você ainda vai significar.
- Toda a energia que emana de seu ser é reflexo de onde você está, de como você se conecta com o mundo, e o que absorve em seguida dele e de quem nele vive.
- Tudo nessa vida tem um propósito. Execute bem o seu. E acredite num bem maior.
Lost foi a maneira divertida de me encontrar com essas idéias. A metáfora mais agradável de se dedicar a refletir a complexidade do que é o mundo em todos os seus planos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário