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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Direitos estabelecidos X Direitos conquistados: uma questão de lugar no mundo do gênero



Essa não é uma tentativa de "psicologizar" o padrão de comportamento dos gêneros.. Nem um estudo antropológico sobre a questão... é só um palpite mesmo...

Desde que o mundo é permeado por relações sociais as questões do gênero geram polêmicas, debates, discussões e poucas conclusões conciliadoras. No entanto é fato que alguns padrões comportamentais vivem se repetindo por aí... Aqui não estou julgando o teor deles, só constatando essas repetições.

Muitos associam essas repetições a disparidade na distribuição dos hormônios. Será? Como análises patológicas não são da minha alçada, prefiro me reter à observação sociológica, um tanto quanto sendo durkeimiana. (não por chegar a respostas com base em suas construções de conhecimento mas se afinando em enxergar o ser humano como gênero social e repetitivo de padrões sociais coletivos). 

Assim palpito: os homens funcionam "neuronicamente e cardiacamente" bem diferente das mulheres. Por que? Minha postura é de colocar o homem como diferente nesse perfil de comparação porque sou mulher claro... Enfim, que movimento é esse? Por que são horário e anti-horário? Por que somos naturalmente mais corajosas? 
Tenho uma desconfiança que acredito com profundidade. O nosso tempo histórico é muito mais marcado por necessidade de conquistas. Nós mulheres nascemos em uma sociedade que precisamos buscar o tempo todo nosso espaço, nossos direitos, esses que nos tornam compatíveis com o gênero masculino sem nos fazer perder nossas peculiaridades femininas, Eles foram todos conquistados. A posteriori. 
Agora pensando na realidade masculina. O homem não precisou batalhar o seu lugar ao sol no que se trata dos direitos enquanto ser social. Ele já nasce como eles estabelecidos a priori. Aí está toda a questão em minha opinião. Por mais que não tenhamos presenciado em nosso tempo muito dessa mudanças positivas que conquistamos, elas estão enraizadas em nossa cultura, na nossa forma de ser criada e até doutrinada em família, no ambiente escolar... Infelizmente, muitas vezes pela propria visão conturbada de outras mulheres. 
Nossa passagem do gênero único que nascemos "ser criança" para o gênero diferenciado "ser mulher" nem sempre é de posicionamento suave, de características idílicas. Ela vem do conflito, no entanto vem permeada por essa historicidade que fica latente dessa nossa necessidade de conquistas ao longo do tempo. Nem sempre isso é claro, mas é um valor adquirido mesmo sem grande conscientização. Acredito que isso que nos faz ter bastante coragem pra encarar tantas facetas, tantas atribulações com maior entrega, com menos medo.
O homem acaba buscando fugas para adiar se deparar com determinadas realidades. È o que acredito. E por que? Não nasceram precisando de conquistar o seu espaço. Somos fruto de uma sociedade patriarcal, de pensamentos machistas que aindam constroem nossos valores. E aí? O que fica pra ter necessidade de ser enfrentado? Só o que ele escolhe. E nem sempre ele se vê pressionado a escolher.

Sim!!!!!!!!! Há casos e casos. Exceções e exceções. mas no fundo esse não é o mecanismo do mundo? Generalizando sim, mas deixando de vivenciar, não.

E, finalizo essas breves reflexões com uma frase de Beauvoir, que é inspiradora:
"...A mulher não nasce mulher, ela se faz mulher..."

É isso. O que acredito.

As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de reflectirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural.

Virginia Woolf

Nunca as mulheres são tão fortes do que quando se armam com as suas fraquezas.

George Sand

Só é digno da liberdade, como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la.
Johann Goethe

domingo, 11 de abril de 2010

Como sinto Deus

Como sinto Deus: nem dogma nem realidade pro mundo.
 Hoje, nao porque eu quero ou nego, mas porque me "honestizo".
Deus, aos olhos de meu interior é a resposta pra tudo que a ciência nao decodifica, 
para todas as não-respostas, para o impossivel saber, para o inacessível conhecer. 
 Por vezes como uma força orientando o meu caminho,  
não sentimento como conforto, nao é um sentimento emotivo como eu gostaria que fosse.
É praticidade, de idéias, de tentar acordar para o que é real,
 tirar a venda dos olhos para o mundo metafisico.
Deus esclarece pra mim esse mundo das ideias, do sublime, do surrealismo,
Daquilo que nao consigo controlar, daquilo que sinto mas nao consigo descrever materialmente,
Do que é real mas nao é concreto, do que move a vida, a natureza.
Sem dizer que isso move dentro de mim com emoçao de plenitude, me completando.
Gostaria que se aproximasse mais de minha alma. Deus desperta minha curiosidade.

Amizade da terra das Araucárias

O valor da amizade e as voltas da vida quando se reencontram são capazes de tantas surpresas agradáveis...

Obrigada por esse carinho e amizade real, Marcos.

Querida amiga!

Naquele dia, depois de tantas palavras ditas em tão pouco tempo - o que era previsto para um reencontro após tanto tempo sem palavra alguma (rs) - fiquei pensando sobre uma das coisas que falaste bastante: o que significa a tua amizade? É claro que naquele contexto vc se referia a situação que estava/está vivendo, mas pensei bastante sobre o que significa tua amizade 'pra mim', e queria dizer agora, já que faltou tempo antes:

1 - Significa a melhor referência pessoal que eu poderia ter no Rio de Janeiro;

2 - Significa compartilhar dos mais variados assuntos, inclusive minhas grandes paixões: Geografia, esposa, filhas, etc;

3 - Significa boas lembranças e, acima de tudo, a certeza de que sempre que nos encontrarmos, teremos muito o que compartilhar;

Resumindo esses três itens, tua amizade pra mim significa boa companhia, de companis, de compartilhar o pão, tanto o comestível quanto o pão vivido!

Muito obrigado pela tua amizade! :D

Beijo grande, e se alagar mais por aí, sabe onde encontrar um canto seco por aqui. rs
Marcos

Meus PS(S):

ps1: Tua amizade também significa a melhor referência do que é Curitiba com a melhor receita de como ser anfitrião.
ps2: Tua amizade confirma que a vida sempre nos dá uma outra oportunidade de resolver pro bem aquilo que é importante ser resolvido. Basta nos movimentarmos, e fico feliz de ter compartilhado esse movimento com você e pela sua amizade.
ps3: Que nossos inúmeros assuntos em comum sejam transformados em inúmeras oportunidades de multiplicarmos esses momentos.
ps4: Tua amizade significa pra mim sintonia. Sintonizamos frequências para somarmos vivências. Sem grandes programações, somos parte de um canal bem alternativo de ondas de rádio...rsrsrs.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Chico, chuva, Xavier...

Entre os acontecimentos recentes, dois estão aqui consumindo as palpitações do meu coração... as chuvas do Rio de Janeiro - minha cidade tão amada - e o filme de Chico Xavier. Qual é a conexão entre os dois além de terem adentrado minha vida hoje? Ainda não concatenei bem as idéias mas o fato é que em minha alma se encontraram...

Venho declarando cada vez com maior intensidade o meu amor pela minha cidade. Amo o Rio de Janeiro, amo o encontro da serra com o mar, amo a descontração dos cariocas, amo ser carioca, amo o samba e o futebol no Maracanã porque são irresistivelmente charmosos, amo a permissão das havaianas para qualquer ocasião, amo a dupla mate de galão com biscoito globo na praia, amo a Lapa butecão e sofisticada, amo os nossos inúmeros cartões-postais. Até o mau-humor com os dias nublados é perfeitamente acolhido. Hoje, ao sair de casa pela primeira vez depois de todo esse caos meteorológico fui arrebatada por uma tristeza em grau crescente de enormidade. Sem hipérboles, sem demagogia, sem supervalorização dos fatos, sem ufanismo.. É triste sentir nosso espaço, nosso lugar, assim sem rumo, silencioso mesmo no ruído. Cada buraco cedido do asfalto, cada galho arrastado no chão, cada lugar empoçado, cada encosta desnuda, cada fio desencapado ou dependurado pro chão... Parece que está tudo fora da órbita ainda, que as pessoas ainda se encontram sem compreender a magnitude de tudo, do caos instaurado, da força da natureza aliada à estupidez da razão humana. Ou seria melhor dizer da desrazão... Chorei, senti minha energia engolida. Porque de fato, aquilo que os olhos enxergam e ao mesmo tempo sentem ( que é bem diferente do que simplesmente mirar, olhar) é de fazer explodir qualquer energia puramente construída pelo virtual, pelo midiático, pelos canais de informação. Sentir o impacto direto sem nenhum atravessador, ou canal de conexão, ou seja, coexistir nesse espaço e nesse tempo com a cidade que de certa forma é uma célula viva, e inteiriça por si só, é completamente diferente. É mais lúdico, mais real e imensamente mais depurador de emoções. 
Segundo as estatisticas jornalísticas, nunca houve magnitude tamanho de resultado em outros eventos pluviais como esse. Vivenciar isso é repensar em tanta coisa... Meu lado pollyana tb aflorou confesso, e também agradeço por ele vir à tona. Ver a solidariedade, a comoção, a cooperação, a força pra ajudar ao outro, se sensibilizar com o drama alheio e se movimentar é bonito de se ver, é terno, fraternal. E daí, vem a minha conexão com Chico Xavier...

Chico Xavier - com todas as minhas críticas sempre realizadas a qualquer projeto Globo filmes - é um filme que só por relatar uma história de vida de tanta doação e desprendimento do "eu", ontologicamente falando, vale a pena ser visto. Não é enxergar o heroísmo da pessoa, mas o altruísmo do carater. E, pensei, nossa, como faltam no mundo tantos Chicos como esse... não pela sua capacidade mediúnica - assunto que simpatizo mas que não tenho nenhuma aptidão nem domínio para descorrer sobre - mas pela dedicação que ele enquanto um ser humano falível que todos somos, doou ao outro, ao próximo, ao longe, ao mundo, à sociedade. 

Acredito na Revolução do Indivíduo. De fato. Acredito que no momento em que todos os seres vivos encontrarem o seu caminho insubstituivelmente único e instransferível dentro desse macrocosmo, que é a vida, que é o universo em evolução, (pq isso aprendi com uma amiga: o Universo caminha para a evolução do macrocosmos, através de todos os microcosmos, mesmo quando numa mirada breve parece involução) e aceitarem-no, tudo que é chamado de ruim, que representa imbróglio, se dissolverá. 
Quando vejo esta solidariedade - por conta desta questão das chuvas - ocorrendo tão despreendida, acredito ainda mais nisso que me move. E, me concentro em pensar no quanto de pessoas como Chico Xavier estão enraizadas por aí, por caminhos pedregosos, que só estão precisando ser despertadas. Não somente através de doutrinas espíritas, ou do que escolhi  acreditar como um axioma que é a Revolução do Individuo. Em todas as escalas, em todas as esferas, em todas as crenças, em todos os tipos de fé, em todo o bem.   
Espero poder contribuir pra vibrar ainda mais essas energias que se afinam para o amor ao praticar o bem. Desejo isso de fato. E tenho ainda mais esperança e fé quando vejo esse movimento que nasce do individual (de cada pessoa) mas se reflete coletivamente e com intensidade, soprando esperança e vida pra quem está agora, tão distante do que torna a nossa existência colorida.





http://tweetmic.com/p/rgne0dbz27x Uma critica do filme em audio de Pablo Vilaça.